sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Entre nós, os economistas III

A camarilha de banqueiros que dirige o Ministério da Fazenda e o Banco Central sob comando de Henrique Meireles e Ilan Goldfajn pressiona os estados da federação para vender empresas estaduais como único caminho para receber minguados recursos de Brasília. Os dois bandos (em Brasília e nos estados) sabem que nada é mais impopular e criminoso do que atrasar salários dos funcionários públicos. A pressão é ato filibusteiro apresentado pelo jornalismo como se fosse "responsabilidade fiscal". O caso do Rio de Janeiro ganha destaque cotidiano porque, de fato, a consciência liberal (de esquerda e direita) o apresenta como "o" escândalo quando não passa de norma. No entanto, a apresentação do assalto ao estado na forma do obsoleto folhetim assemelha-se, na verdade, a capítulos de telenovela na qual o final feliz esta certamente reservado aos vilões. É útil para a doutrina liberal afirmar que o Estado é incorrigível perdulário e corrupto quando todos os dias um grande, pequeno ou médio empresário inovador é pego com as mãos nos cofres públicos roubando sem inibição. 

Na "negociação" entre a camarilha de banqueiros dirigida por Meireles/Goldfajn e o Sartori - aquele governador do Rio Grande do Sul que esteve na vanguarda da guerra contra os funcionários públicos que agora se generaliza aos demais estados e municípios do país - os bankesters (mescla de banqueiros com gangsters) pressiona para o governo gaúcho vender o Banrisul. É um caso ilustrativo de nossa situação. O banco é deficitário? Não!!!! Ao contrário. Nem o jornalismo consegue ocultar o fundamental: o Banrisul é o 10 banco na escala nacional, com 66,8 bilhões de ativos. No ano passado acumulou prejuízo? Não! Lucrou 495 milhões nos primeiros 9 meses mesmo em meio a recessão. Em junho do ano passado, o banco pagou 1, 25 bilhão pela folha de pagamento do governo do estado. Em rápida pesquisa, observei que os indicadores econômico-financeiro oficiais não registram prejuízo algum na última década! Em 2014, foram R$ 691,4 milhões e em 2015 o lucro líquido alcançou R$ 848,8 milhões. Ninguém pode se enganar: é precisamente porque é lucrativo que deve ser entregue a outro banco privado e/ou estrangeiro no ultra monopolizado, corrupto e ineficiente sistema bancário "brasileiro". Simples assim. Caso a doação ocorra, será considerada como operação de mercado e racional, quando não passa de mero assalto a mão armada. Roubo. Corrupção da grossa.

Em São Paulo não passa nada. Alckmim, Serra, Anibal, Dória, etc, não são corruptos. Onde não prospera a Lava Jato, não há corrupção. As vezes, quando muito, falta água. Não há crise, simplesmente. Há que entender nosso sistema político em colapso: a campanha eleitoral nunca cessa. Exceto na cabeça daqueles que pensam a política junto com o inicio do horário eleitoral gratuito.